Confesso que tinha algum receio que o livro pudesse ser um pouco infantil. Sabia que as crianças dos 3 aos 5 anos tinham gostado muito da história e das ilustrações, mas não sabia qual seria a receção por parte de meninos de 7 e 8 anos. Rapidamente me percebi que o conto ainda se adequava à idade deles.
O facto das gaivotas deste conto existirem mesmo foi o que mais os fascinou. Na verdade, eles tinham muitas dúvidas se eu realmente estava a dizer a verdade. Perguntaram-me várias vezes se as gaivotas existiam e não ficaram convencidos nem com a minha resposta nem mesmo com a foto do livro que lhes parecia um desenho. Tive que lhes mostrar as fotografias no telemóvel para os convencer. E a alegria foi total quando souberam que até a Anoek já tem uma gaivota (a Margarida). Sim, a Anoek também participou na hora do conto e na verdade ela é que foi o grande sucesso do dia. Ela e os seus dedinhos das mãos e dos pés. Quando o meu marido lhe tirou as meias, houve um suspiro colectivo ao som de um “ohhhhhhhhh” enternecedor. Mas voltando ao livro… Outra pergunta que achei muito interessante foi “O Noah tem mesmo caracóis?” Nunca pensei que fosse um pormenor importante, nem achei que as crianças reparassem.
Foi algo que pedi ao João para acrescentar à imagem do Noah quando as ilustrações estavam praticamente acabadas, para que as personagens fossem ainda mais pessoais e personalizdas. Sim, para quem não conhece o Noah ele tem muitos caracóis, e são lindíssimos.
Mas, para mim, o prémio para pergunta mais “curiosamente interessante” vai para “Na vida real és mesmo uma escritora?” Verdade, verdade é que nem eu sei bem a resposta para a minha vida real. O que é uma escritora? E uma escritora na vida real? Eles têm razão, este mundo onde escrevo é um lugar paralelo que inventei e onde escrevo para os meus filhos e sobre os meus filhos para que eu nunca me esqueça e para que eles um dia recordem.
Esta foi mais uma experiência mágica e enriquecedora! Saí de alma bem cheia e com um sorriso rasgado no coração… Tão bom que é estar rodeada de crianças e ter o privilégio de aprender (ou relembrar) a ver o mundo através dos seus olhos.
Obrigada por este momento!