Há dias que estou cansada, na verdade o mais correto será dizer, muito cansada. Dias em que o meu corpo alivia soltando lágrimas sem censura ou soluços. Isso e um café bem forte são a receita que me permitem temporariamente despertar a minha cabeça dormente, carente de noites de sono tranquilas.
procuro no meu corpo toda a magia escondida que dizem que as mães têm e uso-a como posso no meu toque, no meu peito, no meu beijo…
Hoje é um desses dias.
Aproveito para escrever enquanto dormes no meu peito, no teu peito.
Hoje é o único sítio que toleras. Mas o que me custa não é a cabeça dormente, carente de sono, é o som do teu choro a jeito de grito que se entranha nos ouvidos e ressoa na cabeça, capaz de estilhaçar o coração de qualquer mãe. Arregaço as mangas e procuro no meu corpo toda a magia escondida que dizem que as mães têm e uso-a como posso no meu toque, no meu peito, no meu beijo… para te aliviar.
Tento aliviar-te… num misto de magia, cansaço e sono vou tentando enganar a dor…
E no cúmulo do desespero regozijo de alegria (eu e imagino que todos os pais que como eu agonizam!) quando a magia se traduz num tal efeito sonoro, melhor ainda se numa sequência deles! que terminam com um cumprimento teu num som doce e meiguinho de quem adormeceu a dor. E às vezes adormeces logo, outras vezes ficas a olhar para mim de olhos bem despertos, serenos. E eu, com sono, mas feliz, pego em ti.
E os dias passam… e as cólicas também hão-de passar.