Muitos dirão que te estou a habituar mal… Dou-te muito colinho (Tal como dei aos teus irmãos.. E ainda dou). Dou-te colinho para te acalmar quando choras, ou porque me queres por perto e o meu toque e a minha voz te acalmam (e eu gosto de te ter por perto, em mim!) , ou porque tens cólicas e eu tento aliviar como posso a tua dor ou simplesmente porque estás acordada a olhar para mim e eu penso, porque não… E pego em ti. E Ficamos a olhar uma para outra.. tu como se não existisse um mundo lá fora e eu receosa que os minutos passem depressa demais e o mundo lá fora te chame para fazeres parte dele e não apenas de mim.
E Ficamos a olhar uma para outra.. tu como se não existisse um mundo lá fora e eu receosa que os minutos passem depressa demais.
Dou-te o meu corpo cá fora como te dei durante 9 meses em que baloiçavas dentro de mim, ao meu ritmo que era só nosso. E aproveito cada momento em que ainda cabes (toda tu) dentro das minhas mãos e enrolada no meu abraço fechado. Estou-te a habituar mal (talvez esteja), mas estou-te a aproveitar a cada carinho que te dou quando te toco e tu te acalmas. O tempo não volta para trás, mas aquilo que vivemos é e será sempre apenas nosso, meu e teu no nosso abraço.
Sou uma extensão de ti e tu de mim. E enquanto assim for e tu assim quiseres, terás o meu colo e o meu abraço, mesmo que já não caibas num abraço fechado.
Mais tarde poderei chegar à conclusão que te habituei mal (talvez esteja, apesar de nunca o ter sentido em relação aos teus irmãos), mas agora sinto que estou a aproveitar cada momento nosso, em cada lugar teu. E eu “Sei de cor cada lugar teu”… (in Mafalda Veiga na canção Cada lugar teu) E, quando cresceres, haverão momentos (muitos momentos) em que vou sentir saudades deste teu colo tão pequeno, mas imenso como o infinito e deste teu cheiro de bebé…”